quarta-feira, 20 de julho de 2011

Caso mode-on

"Peguei o velho e bom Never Mind the Bollocks , Here's Sex Pistols e pus na vitrola antiguinha que herdei da vó. Nostalgia, eu acho que tivemos. A tempo eu não pensava e ouvia e queria estar junto com o Sid de novo; e Bruno? Fez cara de que a tempos não ouvia: entregou-se, como que se entregasse na cama nupcial de John Lydon. Mas quando chegou a tão inibriante God Save the Queen; vi que ele se transmutou a um jovem ideológico, como aqueles outros tantos que na rua estavam jogados as traças. Peguei-o pelas mãos, olhei em seu olhos e disse em tom forte e agressivo: Profane! Profane! Ele por sua vez, empurrou-me. Cai. Uma lágrima rolou. Ele voltou a si; lembrou do que fez e correu em minha direção. Chorou comigo. Me abraçou e eu o abracei. Acabamos onde sabíamos nos perdoar. Houve amor. Houve guerra. Houve pelos. Também existiu suor, respiração ofegante. Ele começou e eu terminei. Apaguei a luz. Ele se afastou. Dormi, logo Perpétua, a minha doce libélula azul com cara de Courtney Love chegava de sua noite de trabalho e tudo tinha que estar cheirando a amor-eterno-mode-on..."

Sufoco

"O que me trouxe até aqui foi a loucura da minha pequena imaginação. Pense comigo: a gente chora, ri, ama e tudo que há de bom e ruim acontece um dia. Vai acontecer de novo. E sabe que de novo? Então: digo que é loucura, digo que é insanidade, digo que isso tudo é humanidade. Não há ser-homem-desumano que nunca tenha passado por tudo isso. Se houve, não é ser-gente-humana. Ai. Dói tudo: os olhos de tantas lágrimas machucar. O coração de tanto amor para sufocar e tanta dor no dedo tentando uma morte que não vem. Daí a gente vai caminhando, seguindo e vivendo-a-morte-nossa-de-cada-dia."

Abencoá

"Desejei. Pedi aos céus toda sorte de benção. Proferi as velhas orações. Ajoelhei. Fiz os gestos, sinais... Me amarrei, talvez... Oração liberta. Socorrei-me meu velho Pai Oxalá, que de velhice o senhor entende. Dê me a luz corriqueira dos seus olhos e protegei-me das ciladas-dos-inimigos (que são tantos sabe?). Guiai-me. Que os Pretos-Velhos me curem de mim mesmo. Que sua mãe, a Virgem Santíssima e Purinha da 'silva', me revele a alegria verdadeira de minha amada vidinha aqui debaixo dos céus. Mas que todos os seus anjos me mostrem o caminho certo que devo tomar, mesmo que seja o certo para mim... Saravá!"

Falsa imagem

"Acontece que daí, a gente percebe que tudo foi em vão. Que o cara dos nossos sonhos pode até existir, mas que ele não cabe nos nossos sonhos. Remoemos por dentro todo apreço e toda a nossa babaquice de requinte francês para o amour. Corre atrás, queima a cara e vê que isso só serviu de atestar nossa profunda imbecilidade. Observa que ele é de outro ou outra e de todo mundo e que não é seu e não cabe dentro do seu coração. Chora, sofre e acha que vai morrer. Não morre, vira a esquina e percebe que a vida continua. Em alguns dias você ainda lembra dele e do sonho que sonhou e nunca realizou. Do nada um alguém inferior a tudo que você um dia mentalizou, oferece para te amar, te cuidar, te gostar. O que você faz? Despreza-o. Acha que ele é feio, pequeno ou nada daquilo que você quer. Quando acorda? Quando percebe que feriu um coração e que tudo que um dia quis não virá acontecer. Babaca? Sim... Pois ainda acredita no conto de fadas que criou e morre dentro dele com a mão dentro da própria calça..."

Dissemos baixinho

"Te amo, do jeito que é. O seus questionamentos acerca de mim, que ressoam como poesia as minhas distrações. Saiba que questiono junto com você. Não tenha medo das perguntas. Elas servem para nos dar vida e não pararmos diante das coisas mais fáceis. Amo cada detalhe em você. Mesmo aquelas que sua humanidade lhe traçou. Elas são para mim, ponto estratégicos de reconhecimentos de uma singularidade unica sua. São os traços que só cabem a você definir se são certos e errados, a mais ninguém, mesmo que outrora eu apenas as citei como ponte de verdadeira derrocada do meu povo antigo. Tenho em você, a certeza de que existem pessoas que entenderam de fato a liberdade que foi dada, não se limitou a pensamentos mesquinhos de minha crueldade em deixar que fizessem o que fizessem e que teriam que responder a mim. Você entendeu que eu vos fiz mesmo livres, para que vivessem e caminhassem com as próprias pernas. Amo quando se afasta de mim, e me torna seu mais terrível inimigo. Conhecendo-te como conheço, sei que isso não dura muito tempo, e que logo se entrega aos braços de quem tanto odeia. E isso te torna mais amigo. Deves saber que te amo sempre. Amo quando me torna substantivo em suas prosas. É isso que eu quero. Estar junto de você como algo que caía bem em seus momentos. As suas metamorfoses, justificam os seus sonhos. E quanto a eles, só cabem a mim e a você. Claro, tens o direito de dividir com quem mais quiser, mas que os seus sonhos, são desenhos em meu corpo, como você faz no seu. Não abro mão dos seus sonhos, mesmo quando você mesmo já desistiu deles. Não importa os olhos julgativos dos que te cercam. O que nos interessam são as nossas prosas, os nossos encontros e os nossos sonhos, que serão planos de um projeto de vida em que eu não me afastarei de você e nem você de mim."

Nem tudo são flores

"Claro que eu tinha consciência de que tudo se tornaria mais difícil com o decorrer do fato que sucedeu em um dia. Dois para ser verdade. Eu tinha certeza de que os fardos que eram meus nunca mais seriam divididos com ninguém. Sobre as nossas cruzes? Ah! Penso que carrego algumas, como a cruz da saudade. Essa que tanto tem feito o meu regresso as nostalgias de minha subversão. ainda coloquei sobre o ombro a cruz do esquecimento. Os olhos que sempre esteve olhando para cada uma de minhas misérias não olha mais. Talvez fora recolhida de tanta falta de coragem de encarar o trapo humano que me tornei ou simplesmente cansou-se dos meus corriqueiros erros. Deixou-me. Tornei-me herança de ninguém e de um destino estranho e sem nenhuma possibilidade de me tornar aquilo que meus sonhos um dia foram capazes de inventar. Que sonhos? Eram apenas coisas. Essas mesmas coisas que tenho que deixar para trás pois nunca me acometerá a louca sorte de me acontecer. Pequenas coisas que a dura realidade me fez ver que não levaria a lugar algum que não fossem as angústias; sofrimentos. Até rangeres de dentes... Por que eu desisti? Ah! não tive mais impulso, nem de alguém nem de ninguém. Nem de mim mesmo. Pode ser que tenha chegado a hora de eu enfim encarar a cruz como meu destino final. Queimar sobre ela e perceber que tudo é sempre tão igual e que nada que acontece é diferente. Outro ponto final."

Dizer...

"Eu tinha que, de uma maneira bem autêntica dizer, ou melhor, expressar para ele que talvez fosse o momento do nosso amor acontecer. Estava na hora de fazer valer toda aquela besteira clichê que a tanto tempo eu tinha alimentado: histórias de amor; músicas de amor; fotos de amor. Não era a nossa história, mas deu-me o suficiente para tomar aquela pequena dose diária de coragem que a tanto tempo andei me esquecendo debaixo do cobertor quente, junto com aquele corpo que já não amo mais tanto assim. Precisava dele, daquele outro mais perto de mim. Já tinha até imaginado os nossos próximos dias cheio de amor e encanto. Magia, aquela coisa tosca que cisma em invadir toda a nossa concepção de gente e inventar que ele é perfeito, mas ponto final: é somente isso que eu quero. Talvez a última coisa que eu peço ao meu bom Deus (nem ele mais acredita nisso). Dizer que eu estava apaixonado, foi o que logo pensei em fazer. Mas como que eu me sujeitaria a atestado de insanidade desse porte? Daí a gente lembra que paixão é isso mesmo: caos e solidão. Um tempo para mastigar o que a gente andou engolindo com o coração. Momento de ficar quietinho e não se mexer, pois senão pode virar uma bosta. Do outro lado tentar não desarrumar tudo, pois os próprios sentimentos serão como crianças reinadeiras com um fogo por debaixo das fraldas, impossíveis de controlar. Dizer, foi o que decidi. A quem? Meu peito ainda não se decidiu, talvez para aquele franzino de voz fina que vi passar um dia desses com um chapéu na cabeça ou para aquele que ainda nunca fui apresentado na vida real... Mas pode ser para você, um estranho descontente que cismou de morar perto de mim..."

Bichinha

"Ele bissexual assumido. Bem, nem tão assumido. Não podia sair por aí como queria. O quarto era o refúgio de suas vaidades e era na casas de luzes cintilantes que ele decorava o ambiente com sua bolsinha de vinil, meio baguete... Porra! Caralho! Se foder... Era o que ele pensava a respeito de tudo e de todos e do universo... Só queria ser feliz: colocou-se pendurado na beira das grades e lá encenou sua derrocada morte de CRUZ! Claro... Ele não morreu, apenas fez acontecer o que estava escrito em seus testamentos: morte de cruz pra que se posso morrer belo feito pó-de-purpurina-rosê!"

terça-feira, 19 de julho de 2011

Meu amigo e eu...

"Depois, a gente percebeu que passamos um bom tempo juntos: falando, em silêncio... Brincando, brigando... Quase aos tapas, fomos percebendo que era o modo de zelo. Claro, vezemquando a gente não compreende bem as coisas e ainda mais aquelas vindas do fundo de cada coraçãozinho... Daí a gente vira a cara; deixa de falar por um tempo longo, mas um dia passa. Se for amizade como eu sinto; como você sente, passa. A gente ama de verdade, por isso construímos uma ponte tão firme que mesmo em meio as tempestades da vida, ela não caí. É a unica coisa que temos para atravessar nossas barreiras. Nossos medos. Atravessas a nós mesmos para compartilhar do bem do outro. Tive a sorte ou nem mesmo sei se acredito nisso. Mas sou feliz por ter pessoas do meu lado: direito, esquerdo... Frente, costas... Independente do lugar. Logo ali, ou aqui... Pode ser que bem distante no espaço, mas sei que posso contar com a benção que brota no coração de cada um e caí sobre minha cabeça. Acerta tão em cheio que fico tonto, capoto, choro, tenho saudade... Corro ao encontro das lembranças. Daí eu digo: obrigado pessoinha!"

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Três meses

Claro que nos sobra amor, mas a gente tem hora que não sabe bem como usar, daí pode ser que machuque um pouco. Mas depois... Logo sara. Nada é para sempre, a não ser essa sensação de eternidade que só ao seu lado eu sinto. Pode ser. Como também pode não ser. Vivemos a realidade de nosso amor. Somos seres humanos que compreendeu que nossa história juntas é nossa história, independente de como estão nos assistindo. O que importa é só o que cada um é para o outro. Preto. Três meses. Sabe o que é isso? Que mesmo entre "tapas e beijos" a gente se completa e no pouco a gente vai dividindo o mesmo ar, o mesmo chão e a mesma sensação de felicidade. Não sei se tudo o que faço é corriqueiro a quem está de fato apaixonado, mas me esforço. Quero que receba de mim, somente as coisas boas, mesmo quando as ruins tentam aparecer. Não nos iludimos com o perfeito. Sabemos que existem espinhos, mas cabe somente a nós dois colher esses espinhos e lança-los, depois de algum tempo para longe. Faz parte. Para que a coisa seja bela como acredito que seja, são necessários as coisas negativas. Só as coisas ruins são capazes de atrair as coisas positivas. Nosso amor é assim: atraí com tudo as coisas mais maravilhosas desse mundo. Te amo, eternamente! Te amo. Para sempre meu Alêh, meu preto!

domingo, 17 de julho de 2011

sábado, 16 de julho de 2011


É… O nosso amor é fumaça. E fumaça é a sensação de quando nos beijamos, sacia nossos vícios mais mesquinhos!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Custódia

Foi exatamente num dia que a gente questiona se existe alguma razão de verdade para se manter. Não me recordo exatamente quando foi, mas me lembro que o coração estava em pedaços sabe? Com as perdas. Com as infelicidades. Com os desgostos, insatisfação e com um pouco de ódio também. Aquela velha sensação de que a “casa do vizinho é sempre a melhor”. Sei que é ilusão acreditar nisso, mas isso faz com que a gente tente ser um pouco mais agradável. Pra que? Nem mesmo eu sei o porquê de tudo isso. A gente está exatamente naquele momento em que quer mandar tudo para a puta que pariu. Talvez. Mas daí a gente lembra-se da educação que um dia teve e sente mais raiva no coração ainda. Quer gritar e que todo mundo se foda. Mas a gente tem que manter o equilíbrio, senão acabamos de vez com os pseudo-cuidados de que ainda não fomos totalmente abortados.

Sentamos. Depois a gente deita e rola. Parece até que estamos nos lambuzando de afetos familiares, daí também vem àquela sutil sensação de que nem família existe mais. Estamos apenas nos sobrepondo a regalias de um sangue que não paga a nossa conta e ainda assim tende a fazer com que a gente se sinta escravo e dependentes.

Das mascaras? Bem. Que máscaras? A gente passa um tempo até descobrir que ninguém é aquilo que aparenta ser. Doce engano da nossa percepção. Rolam as lágrimas. Que merda de casa é essa onde o que mais te fazem é chorar em cima de suas próprias misérias. Sério. Tem gente que carrega alguns fatores genéticos da gente que são dominantes na arte da humilhação. Como? Todos sabem como é que a gente fica depois de saber que a gente depende muito do outro e aquele outra abusa disso e nos tortura e nos faz sentir para baixo e nos torna seres humanos frágeis e no final de tudo, nos comem em sua última refeição.

Nada é como antes sabe? As coisas estão difíceis e perceber-se carente de outras tantas coisas nos fazem mais escasso aos sonhos nossos mastigados como se fossem a obrigação dos outros. Não é. E mais horrível é que a gente quer ser bom, mas já nos atestaram de marginal. Como dizia Cazuza, somos todos “ladrão, bicha e maconheiro”. No sentido literal ou não. Mas aos olhos de quem não conseguem ver mais que a poesia, estamos sob a tutela de gente escrota que só assume um lugar grande na grande história onde somos apenas figurante: não prestou? Coloca outro no lugar. É sempre assim. Se não somos o resultado positivo que esperam que sejamos, somos esquecidos. Mentira. Nunca somos esquecidos. O que acontece é o que podemos ver na coxia de nossos espetáculos: humilhação familiar. Mas também não menosprezo. Alguém tem que deter do poder não é? E infelizmente na história dessa vida, não sou eu quem manda nos meus atos.

Uma hora o espetáculo acaba. Não podemos nunca perder a esperança, mas caso isso ocorra: se perdermos a fé, aconselho sabiamente a forjarmos de vez a nossa existência por aqui. Mais vale ser torturado do que torturador. Sério. Lembra daquela coisa bíblica que diz que os “humilhados serão exaltados”? Se é verdade, a gente não sabe de fato, mas que conforta. Ah! Isso conforta e muito. O dia em que poderemos olhar para os olhos de quem um dia de nós, só as lágrimas nos roubou e dizer: e agora José?

Até o infinito? Sim… infinite!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

segunda-feira, 11 de julho de 2011


Que saudade daquele nosso primeiro contato; do primeiro encontro de nossas bocas…

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Adultério


Alteraram as chaves
Entraram sem pedir licença
Adulteraram o mofo
Sacudiram a poeira
Desconcertaram meus espaços
Levaram consigo
Partes minhas
Descontentamentos meus
Figuras particulares
Retratos perpendiculares
Retiram, levaram e nu fiquei.

quinta-feira, 7 de julho de 2011


Desejo as coisas mais simples da vida, pois estar com você tudo se torna grande, lindo e especial.

sábado, 2 de julho de 2011


Quando deito, é sobre você que eu deito e penso!

Direito de ser ela

Gabriela desenhou no chão uma ampulheta com um pedaço de tijolo velho. Escreveu verticalmente seu nome dentro dele, substituindo a matéria areia, pelo seu pequeno projeto de vida. Para alguns, talvez fosse apenas um desenho que demarcasse um espaço, mas para os pouco chegados, sábia que aquilo trazia algo de místico. Era o sonho da pequena menina que sonhava em ser grande como a Sacerdotisa das velhas cartas de tarot de sua mãe, D. Iracema.

Trazia consigo a esperança de ultrapassados sonhos e movia seu mundo a partir dos pequenos retalhos de uma história mal contada pelos acontecimentos trágicos de uma vida sem ninguém.

O pai ela não tinha. Era almirante de um barco a vela que se perdeu no grande mar que lhe proporcionou o destino. Não o conhecera. Só sabia do pouco que lhe fora reservado como direito a um ponto de partida.

Envolvida em seus jogos e a ganância de prever o futuro, D. Iracema não tinha Gabriela. Perdeu a filha minusciosamente nas entrelinhas de um misticismo sujo e barato. Gabriela também teve que lançar-se ao mar. Navegar sozinha em seu apertado e cheio de furos barco.

Acostumou-se com a miséria de afetos dos que se achegavam comovidos por pena. Tragou em seu peito um ar de desdém e engoliu para dentro de si, as estranhezas subversivas de livros sujos de auto-ajudas, que a pouca intelectualidade lhe proposura ler.

Não pode voar em seus planos. Suas utopias, maiores que ela mesma, eram suas e pouco suficientes para sequer lançar fora o terreno baldio que se instalou em sua psicanálise barata. Teve sempre que aceitar os lixos ditos reciclados em seus solos, pois tudo se refinou num tom primoroso, drenando somente vermes de uma causa injusta.

Viveu com sentimentos filantrópicos. Daqueles que só favorece a quem de fato doa, mas nunca quem tem o direito de receber. Filantropismo não sustenta, não move. Apenas consome. E pensar que o sonho dessa garota era apenas ser grande.

O tempo lhe tornaria grande o suficiente para que pudesse perceber que era pequena. Delimitada pelo espaço. E que a mulher das cartas de um papel velho, era apenas um desenho mal interpretado de todo o avesso. Era pretensão demais para quem tinha tão pouco.

Faltava-lhe os pecados, as desilusões afetivas. Essa já tinham sido roubadas antes mesmo que ela pudesse ser gente. O espaço do lado de fora era maior que o que tinha por dentro. Era algo cheio de vazio. Uma limitação ponderada a regalias de laços desfeitos. Foram os desajustes tirados pelos seus pais. Que a fazia pensar com piedade deles também, pois pensava que também pudessem sido tirados algo da essências daqueles que apenas a gerou.

Furtaram o seu direito de ser Gabriela, Iracema, Beatriz, Sacerdotisa. Entregaram-lhe como tarefa a responsabilidade de submeter-se a não ter nada, ninguém e mais nada. Sobrou apenas uma hist´ria para ser contada por um contista qualquer. Num tempo qualquer. Em algum lugar, mesmo que seja qualquer. Gabriela tinha sonhos. O seu contador também. Isso fez com que ela apenas deixasse de existir nas linhas, para viver uma experiência longe daquela gente cheia de ódio e pecado. Ela partiu, mas deixando em seu coração uma volta.

quinta-feira, 30 de junho de 2011


A canção que toca; é aquela de quando nossos lábios se tocam e nosso corpo se encontra!

segunda-feira, 27 de junho de 2011


Penso, logo, existo. Penso em você. Logo, te quero logo. Só existo em seus braços, onde eu posso ser quem sou.

domingo, 26 de junho de 2011

sábado, 25 de junho de 2011

Outro Zé

O corpo atirado no chão sendo palco dos olhos daqueles que passavam por ali. Uns diziam ser Pedro, outros tinham a certeza de que se tratava de Tobias, mas o moribundo estatelado na calçada não era Tiago, Marcos, João e nenhum outro discípulo amado do mundo que o cercava. Era apenas mais um José. O ator de suas próprias estréias e diretor de algumas de suas ações, quando não de porre de uma cachaça vagabunda que lhe era oferecido. Estava ali, envolto de seu próprio sangue, aquele líquido coagulante que alguns homens trajando uma roupa cinza em nome de alguma coisa, lhe roubara. Assim como o ar, os sentidos e a vida.
Ora, aquele sujeito era um homem bom. Trabalhava de carpinteiro e deixava sua Maria em casa cuidando dos filhos para que a noite quando regressasse, pudesse educar a sua maneira os rebentos que agora não tinha pai. Faltará o homem que porventura de um destino escrito pelos outros, ensinará os valores da vida. Caíra sobre as costas dessa mulher, o fardo de semear, cultivar e colher com suas mãos já não delicadas, as flores e espinhos que a partida repentina de seu homem lhe propôs.
Crianças iludidas com uma chegada que não haverá nunca mais. Presentes prometidos que se adiaram por mais longos e ardorosos invernos e verões. Nada muda, a não ser que agora, sujeitos a ter que aprender a ser grande, quando o ofício de seus afazeres era apenas ser inocente. Quebraram-lhe a casca e prematuramente, deverão se tornar homens e mulheres grandes.
Como o sangue pintando a calçada de qualquer lugar, o coração daqueles que ficaram tingirão corpos e almas. Divididos e separados dos braços grotescos se acharam perdidos e passaram fome, frio e medo. Sentiram saudade, mas não vão chorar. Os gritos não sairão e a vontade instantânea de morrer virá a todo instante, como o ar que invade suas narinas.
A filha mais velha saíra todas as noites e no outro dia, entregará a mãe alguns míseros trocados que um trabalho secreto lhe render. O suor se misturará as lágrimas durante o dia, enquanto cuida da casa e vê sua mãe sair para cuidar de uma casa que não é a sua. Com seus dezessete e poucos anos, se tornará mulher dentro e fora de casa. É a única maneira de manter firme e não deixar que tudo caía de uma vez. Por amor a sua mãe, abrirá mão dos sonhos e viver do jeito que a vida lhe oferecer.
O homem de casa agora será um menino de apenas treze anos. Adornar-se-á com as coisas do pai que saiu e o abençoou e tomará para si, as obrigações do velho que se esqueceu deles ali. E enquanto exerce sua função; a de carpinteiro como de seu genitor, irá construindo aquele que será o depósito do seu corpo num tempo oportuno. Queimara no madeiro e esquecido também será como aconteceu com sua mãe, irmã e o resto de sua família. Uma santa e última será a ceia, antes que tudo exploda e vá para os ares. E assim, morreu o outro Zé, que mais uma vez, esqueceu de revelar o nome.

sexta-feira, 24 de junho de 2011


Vamos… com você eu vou onde quiser; sem olhar para trás, pois tenho os seus olhos para me encontrar!

quinta-feira, 23 de junho de 2011


Quem ama presenteia; então, se eu pudesse escolher, ia querer só você para sempre aqui…

quarta-feira, 22 de junho de 2011

sábado, 18 de junho de 2011

Dois meses

Dois meses. Sessenta e um dias. Mil quatrocentos e sessenta e quatro horas. Oitenta e sete mil oitocentos e quarenta minutos...
Podemos contar o tempo, a hora... Mas não contamos o amor que temos.
Nasceu. Pode ser que tenha sido rápido, mas surgiu no momento exato. Acredito que o "cosmo" estava a nosso favor, por isso acredito no que existe entre a gente.
Já houve briga. Já ouve silêncio. Já houve monotonia. Sim. Houve coisas que se não tivéssemos força e coragem de continuar, já teríamos desistidos. Mas não. Há amor; há zelo; há compreensão (as vezes)... A coisas que só competem a gente e que as coisas lá fora nunca vão nos entender.
Preto. Mais do que nunca, posso dizer, redizer. Gritar. Escrever. Posso querer que faça saber, posso tudo, mas o que precisa saber é apenas uma coisa: TE AMO!
Sei lá. Somos diferentes (um pouco); mas o que nos torna o que somos um para o outro; é maior que as descompreensão; são coisas da vida, que está a nosso favor.
Entenda que eu só quero você para o resto da minha vida. E o resto da minha vida é longe. Por isso, preciso de você ao meu lado. Do seu olhar, das suas palavras... De tudo que vem de você, que me completa e me faz cada dia mais feliz.
Te amo. Te amo! Te amo mais que a mim e mais que todas as coisas a nossa volta.
Te amo para sempre! <3

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Só amanhã



Só amanhã - Caio Nijam

Amanhã.
Talvez de manhã quem sabe?
Antes ou depois do café.
No chuveiro, no quarto, na sala.
Amanhã, pode ser na cozinha.
Depois do almoço, ou após o chá.
Pode ser ao bater a porta.
Indo ou vindo depois da atuação.
No trabalho, no meio dos livros.
Não hoje.
Nem depois de amanhã.
Digo e repito: só amanhã.
De manhã, de tarde ou de noite.
Eu vou, mas por enquanto quero estar.
Antecipar não me cabe.
Nem a Deus e nem a ninguém.
Pertence a ele, o amanhã somente o amanhã.
Vou mudar, viver, sonhar...
Amar, correr, sorrir.
Pode ser que eu me torture.
Caiam as lágrimas e sangrem os meus calos.
Sim: os calos da alma.
Mas não hoje.
Por favor, amanhã. Só amanhã.
Cada coisa a seu tempo.
Amanhã.
Juro que depois de hoje.
Agora quero ficar.
Entendeu?
Só amanhã.
Amanhã. Só...
Só amanhã!

quinta-feira, 16 de junho de 2011


Se estou triste, apenas estou. Não vou me acabar nem sair gritando para o mundo ouvir. Quem me vê, sabe como estou e se estou...

quarta-feira, 15 de junho de 2011


The times people never are, but the times alone we’re for a person… I am alone for it!

terça-feira, 14 de junho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011


One day you go to understand… I know that he goes to understand and he goes to act: he kisses me. You kiss.

domingo, 12 de junho de 2011


And I wait for you. E I don’t get tired myself to wait. The open door I go to leave. If to want, can arrive…

sábado, 11 de junho de 2011


Dizem que é pecado homem pegar outro homem…
Mas eu não ligo. Dizem que já nasci com um pecado.
Então; quero seu beijo, seu corpo…
Ser o rapé que o seu nariz cheira; a bebida que você bebe.
Sua cueca. Sim, desejo no meu íntimo ser sua cueca e sentir você mais intimamente.
Seu líquido quente em mim. Algo rígido a me despertar. Te quero.
Te desejo; te… Goza em mim!

A vida desmanchada com a ida

O grito de desespero tornou-se silencio dentro de mim e só consigo me lembrar do rosto desolado da pequena Beatriz, nosso filha, que juntou suas delicadas mãozinhas e pôs-se de joelho do lado do corpo de seu pai e de mim, estirada também ao chão em alma.

Agora, alguém que eu estava acostumada a ter junto de mim e do corpo que carrego, simplesmente parece ter me esquecida trancada nesse quarto que cheira o seu corpo e voado para um lugar de onde não mais ouvirá as minhas lamentações.

sou obrigada a velar na nosso quarto, onde sacramentamos nossos sonhos e eternizamos jurar de amor, o homem que me tirou ainda menina dos braços do meu pai, prometendo o zelo e o cuidado eterno de mim e da menininha que ainda estava dentro da minha pele, corpo...

Estou sendo sepultada viva e sem a vontade de defesa. Não consigo fugir. Autorizei-me amarrar a alma e meu corpo já não responde mais.

Rasgaram-me o peito e retiraram dele, parte do meu coração, onde eu guardava a sete chaves, o humano amor que eu havia adquirido no tempo. Restou-me apenas uma cicatriz, ainda talhada em pontos e que só o antídoto salvifico, seria minhas lágrimas, mas elas, não caem dos meus olhos. Já não consigo enxergar motivos para sensibilizar minh’alma e meus dedos cansados redigem cartas de alforrias que não me darei ao luxo de assinalas.

O sufoco não me tira o ar e nem mesmo o fogo reage a minha carne. E minhas falas rezadas que aprendi com mamãe, saem da minha boca e batem na porta e se desmancham. Falta fé. Nada tem subido até onde possa estar o meu homem e por conta disso, a única coisa que cai sobre mim, é um gosto amargo que sobe do meu peito e invade a minha boca, mas gritar eu não consigo e assim, vou me alimentando dessa falta de compreensão. Estou morrendo, mesmo sentindo que a morte tenha se afastado e não sinto o meu coração bater, perder o ritmo e se descompassou. Perdeu o Tum-tum. Foi-se misturado a terra fria que cobriu o corpo magro do homem que permitiu sem o meu consentimento ir sem se despedir e nunca mais voltar... Fui junta, mesmo estando separada. Alio minha vida desmanchada com a ida...

sexta-feira, 10 de junho de 2011


Disse meu nome e encheu minha boca de porra. Mas não era qualquer porra, daquelas que têm gosto de cola tenaz com água sanitária e farinha. A porra dele era doce. Doce mesmo, de verdade, gosto bom.” CA

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ave-Cruz

O frio anda queimando minha pele. Tremo, me arrepio, mas não ligo. Gosto do ar gelado que o mundo tem soprado. É menos tortura, menos mentira.
Uma coisa deu um nó em minha garganta. Não sei o que é. Acordei estranho, com um pingo de lágrima ausente que não quis sair. Pensei coisas, situações... Li, reli, escrevi, revivi no imaginário as minhas desilusões e mesmo assim, a gota salgada permaneceu estagnada. Acho que são as letras engolidas ao invés de gritadas.
Está doendo em um lugar que minha mãe não pode afagar e nem remédio pode curar. É do lado de dentro sabe?
Parece que a fome existencial está chegando e tudo que produzi até agora não está sendo capaz de suprir minhas necessidades de gente-humana que tenho galgado a me transformar.
Necessidades materiais e ausências afetivas. Desleixo espiritual e miséria (pseudo) intelectual. O mal está aí: ser interpretado de maneira escrota; achado entre as coisas sólidas que me afastam da inutilidade.
Meu escapulário arrebentou. Pode não ser nada, mas ele arrebentou sabe? Não é legal – foi um presente – e ele se foi. Não vou consertar as relíquias, talvez seja à hora de mudar de santo PROTETOR. Deixar de repetir as mesmas orações e tomar a benção de novos poetas. Conciliar o que ainda resta de mim, as costuras dos sonhos que ainda restaram. Mas estou confuso, perdido, eloqüente.
Necessito de uma paz nova. Daquelas contadas quando o fim é certo e não se verá mais a maldade impregnando as páginas. Cansei do início e lidar com os meios estão insuportáveis. Quero o fim. Sei lá! Talvez chegando ao fim, me apareça outra oportunidade para um novo recomeço.
Quero amor, paz, luz, firmeza... Quero histórias novas, sentimentos novos. Positividade sabe? Preciso mais do que idéias pessimistas e menos que situações otimistas. Preciso de chão, de mão, de coração. Pele, gente, sonho.
Ah! Eu só quero viver sabe? Saborear, experimentar, prosseguir e quando necessário, regredir.
Existe diferenças; existem péssimos dias; nada é para sempre bonito. A única coisa bela é perdoar; quem ama perdoa; quem ama vai ao encontro...

segunda-feira, 6 de junho de 2011


- Sua mão está suja.
- Aham…
- Não vai limpar?
- Aham…
- Aham?
- Aham. Cuida da sua vida que da minha cuido eu! 

sábado, 4 de junho de 2011

Sai – Cante e viva

Tenho reparado a platéia com medinho. Medo de sair e gritar pro mundo sua vida. Gente com receio de ser vaiado. Uma galera entorpecida pelo cheiro da naftalina. Ninguém sai. Estão todos parados. Acomodaram-se em algum sofá ou permaneceram deitados sobre os ácaros. Gente que fede uma burguesia utópica. Claro, para também ser burguês é necessária a ação.
Sinto que as coisas estão estáticas e monótonas, hey Jow: bota a cara no mundo e grite a todos os seus desprazeres. Faça a anarquia das suas velhas ideologias estamparem as capas dos jornais, revistas e livros de auto-ajuda. Só assim vamos cooperar para um mundo mais humano, pois até agora tudo foi só teoria.
Bote nas práticas instantâneas suas revoltas. Não pare diante da televisão e conforme-se com a notícia que está sendo dada. É hora de virar o jogo ou continuaremos sendo marionetes. E a culpa não é de quem achamos que seja. É nossa. Pessoal e intransferível. É só observarmos no que nos tornamos e no pouco que nos superamos.
Isso não se trata de um tratado socialista, menos ainda a bula de uma sociedade transviada. É apenas um carinha louco, que assumiu diante da lente da vida, o seu papel de protagonista. E quero o mesmo com todos os seres viventes e eloqüentes. É chato estar em cima do palco sozinho. Preciso de um par romântico e um vilão. Pessoas que cresçam e nos façam crescer. Ser figurante na vida real é para os fracos. Precisamos correr atrás do papel principal e se dedicar a ele, para mostrar para que viemos e para onde vamos.

Chega de engolir sapos, e um basta para quando não atentamos os nossos ouvidos para quem diz as verdades; as suas verdades. Preferimos nos trancafiar num quarto escuro e se render ao prazer solitário. Solidão faz bem, mas nem todo mundo de fato vive esse momento de forma certa. Estamos fugindo das coisas e isso só mostra o cara fraco e babaca que nos tornamos a cada dia.

Um passo de cada vez, mas passos firmes no cimento da calçada que anda pisando. Não atravesse por conta da boa educação. Está na hora de sermos quem realmente planejamos ser. Sair por aí cantando o Blues nosso de cada dia e fazendo o bom e velho Rock-and-Roll ressoar em todos os becos escuros. Os caras paz-e-amor que nos acompanhem. Pode descer o morro o Samba, o Rap e o Funk... Todos são bem vindos. A união faz a força. E a força quem deve fazer é cada homem.

Portanto, vamos bagunçar os papéis postos em cima da mesa e rabiscar os contratos de idiotas que assinamos. É o tempo cobrando de nós, nossa atitude de transparecer a vida que temos. Já dizia o poeta: “Morrer não dói”, e isso soa como um sino que nos empurra dos nossos conformismos e assumirmos os riscos. Tem gente que morre e só acontece isso para que viveu. Para aqueles que viveram da aniquilação de si próprio, sobra apenas um sumiço, não fez sentido para nada e nem para si próprio. Rejeito a hipótese do homem santo nessa terra. Aqui, é para os pecados que nascemos, vivemos e morreremos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

terça-feira, 31 de maio de 2011

segunda-feira, 30 de maio de 2011


Um dia eu não te desejarei. Terá outro em seu lugar. E até meu sobrenome não vai ser o mesmo. Mas agora, nesse instante ainda desejo você e suas manias; teu cheiro, teu corpo, tua boca. Desejo tudo que há em você!

sábado, 28 de maio de 2011

Re-la-ci-o-ne (Quase Alcione)

Coloco-me a pensar na dita arte de se relacionar. Pois é, nessa arte, cabe a cada coisa o ajuste das coisas desconcertadas e a sutil cara de pau de todos os interlocutores. Exatamente, relacionar consiste em matéria de vida e experiência contida nos encontros e despedidas dos loucos sonhadores que esboçaram uma rede de socializações com base no querer se unir a teia. Sozinho, de fato o que construímos são utopias e cartas registradas a ninguém. Pois é. Quantas e quantas vezes penso, logo não existo. Sou um anônimo no meio da multidão e me perco quando pronunciam de forma errônea meu nome e sobrenome. Não há construção de ponte sem o auxílio de mais de dois braços além dos que do cara que sonhou em tal obra. Pode ser que alguma tecnologia venha ajudar em algum momento de precisão, mas desconfio do ser, que em suas faculdades mentais estáveis, tente passar por ela. Nem sempre é fácil ser ponte, menos ainda o seu construtor, mas para o passante é algo perigoso e arriscado e o homem está com medo de se arriscar. Não se vive mais o amor, só se fala e ainda fala de um jeito sugestivo ao fracasso. E aqui falo por mim. Tem hora que é difícil acreditar que alguém ainda possa amar com o furor do fogo como já nos disse o poeta. Pois é, temos que nos envolver...
Uma coisa que acho incrível em uma de nossas primeiras ações para se aproximar de alguém que nos é estranho, vem das conversas paralelas nas quais travamos um assunto tantas vezes sem sentido, mas são legais e boas, retalhos que levaremos para a vida, tanto nossa quanto a dos outros. Não é de hoje as tagarelices que produzem eco nas entranhas sociais. Às vezes aprendemos mais irritando um professor com uma prosa irritante do que a aula propriamente dita. Bem, claro que isso surge um efeito um tanto que desconfortável e deve-se mesmo respeitar as normas de cada um, mas também não podem nos tirar o direito de “se” expor e falar. Às vezes falo tanto que percebo os calos na minha garganta, sei que irrito muito, mas esse sou eu. Não vou contra as regras, mas dentro de minhas limitações estou tentando me ajustar, adentrar ao requerimento do outro. Unindo a fome com a vontade de comer.
Dessas estranhezas que travei com o mundo fora de mim, nasceram também os dilemas. Nota dez para quem consegue que a vida se compadeça e não se entregue facilmente e sim, de outra chance. Nota dez aos obcecados em falar e nota dez aos que falam e sempre se estrepam no final. Talvez se tivéssemos a concepção de que somos para a maior nota da vida, compreenderíamos que podemos sempre buscar a superação e boa vontade de continuar. E nota onze e meio para o ser humano que consiga se relacionar e não pensa em fugir a todo instante. Gosto de saber e que saibam que cada um tem vida própria, exceto os bitolados, sistematizados e corrompidos por qualquer forma de coisa, esse tipo de gente merece apenas ser descrito em ensaios filosóficos ou em algum tratado antropológico, mesmo que eu venha a descrever esse tipo de ser em bulas de remédios para quem perdeu a vontade de sonhar e receitas azuis para que o afogamento das emoções não torne um fardo final.

“If we cut out the bad/Well then we´d have nothing left/Like I cut up your mouth/The night I stuffed it all in/And you lied to the angels/Said I stabbed you to death/If we go at the same time/They´ll clean up the mess.” Cut Up Angels – The Used

terça-feira, 24 de maio de 2011